Plano de Ação Territorial Pampa Bagé inova na conservação da biodiversidade ameaçada de extinção no RS

Publicado em 11 de dezembro de 2019
Plano de Ação Territorial Pampa Bagé inova na conservação da biodiversidade ameaçada de extinção no RS

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA-RS) inova na abordagem territorial no plano de ação para conservação de flora e fauna ameaçada.

Nos dias 19 e 20 de novembro, a SEMA-RS realizou no Jardim Botânico de Porto Alegre, a Oficina preparatória do Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção Pampa Bagé (PAT Bagé). O PAT provisoriamente chamado de “Pampa Bagé” integra as atividades do Projeto Pró-espécies – Estratégia Nacional de Conservação de Espécies Ameaçadas, que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conjuntamente com 13 órgãos ambientais estaduais, incluindo a SEMA-RS.

Os objetivos da Oficina foram definir as espécies alvo e os limites finos do PAT Bagé, além de dar início à preparação da Oficina de Elaboração, prevista para março de 2020, quando será o momento de definirem-se as ações de conservação efetivamente. Se tratando de um PAT, o desafio é elaborar ações de conservação que sejam efetivas, visando reduzir as pressões sobre as espécies alvo, mas também sobre os ambientes frágeis e ameaçados do território.

Foram definidas como espécies alvo do PAT 17 espécies da flora e 14 espécies da fauna da região (conforme lista abaixo), ocorrentes no território abrangido por 18 municípios: Jaguarão, Arroio Grande, Pedro Osório, Cerrito, Herval, Pedras Altas, Candiota, Hulha Negra, Bagé, Aceguá, Dom Pedrito, Pinheiro Machado, Piratini, Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Canguçú e Encruzilhada do Sul.

Flora
Chascolytrum parodianum, Cypella magnicristata, Cypella pusilla, Dyckia donfelicianensis, Frailea mamífera, Herbertia zebrina, Mangonia tweedian, Parodia gaúcha, Parodia neoarechavaletae, Parodia rudibuenekeri, Pavonia secreta, Petunia secreta, Phoradendron habrostachyum, Senna nana, Sphaeralcea bonariensis, Tillandsia bela, Trixis pallida.

Fauna
Austrolebias arachan, Austrolebias bagual, Austrolebias camaquensis, Austrolebias cheradophilus, Austrolebias gymnoventris, Austrolebias juanlangi, Austrolebias melanoorus, Austrolebias nachtigalli, Austrolebias quirogai, Austrolebias reichert, Austrolebias univentripinnis, Austrolebias vazferreirai, Leopardus colocola, Melanophryniscus sanmartini.

“O PAT Pampa Bagé permitirá a execução de ações que contribuam para a conservação das espécies alvo, desde esforços de pesquisa para prospecção de novas populações de espécies com poucos registros conhecidos, até ações de manejo sustentável dos ecossistemas para proteção dessas espécies”, explica o Biólogo Leonardo Urruth, coordenador do projeto pela SEMA-RS.

Participaram da oficina 28 especialistas em fauna, flora, conservação e manejo sustentável de biodiversidade, sendo 16 servidores do Departamento de Biodiversidade da SEMA-RS, além de representantes de outras 10 instituições: Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Embrapa Clima Temperado, Embrapa Pecuária Sul, Instituto Pró-Pampa, Fundação Gaya, Instituto Curicaca, WWF-Brasil e JBRJ.

Previamente à oficina foram realizadas quatro expedições de campo para levantamento de informações do território Pampa Bagé, no Rio Grande do Sul, entre os dias 3 de setembro e 8 de novembro de 2019 no âmbito do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção.

A primeira expedição teve como objetivo buscar informações sobre a situação de conservação das espécies de peixes-anuais, seus habitats e vetores de pressão. A equipe técnica foi composta por quatro pesquisadores, o Dr. Vinícius de Araújo Bertaco e o Dr. Marco Aurélio Azevedo, da SEMA-RS, e Dr. Luís Esteban Krause Lanés e Dr. Matheus Vieira Volcan, do Instituto Pro-Pampa. Os pesquisadores realizaram coletas em 13 pontos de sete municípios, Bagé, Aceguá, Hulha Negra, Pedras Altas, Herval, Jaguarão e Arroio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Foram registradas sete espécies de peixes-anuais ameaçados de extinção incluindo novos pontos de ocorrência desconhecidos até o momento.

Foram realizadas duas expedições com o objetivo de verificar pontos de ocorrência e estado de conservação de populações de espécies de Cactos do Pampa. Foram verificadas localidades em Jaguarão, Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista e Encruzilhada.

Uma quarta expedição foi realizada nas localidades do Rincão do Inferno (Lavras do Sul), Casa de Pedra, Pedra da Abelha, Pedra do Segredo, Galpão de Pedra, Guaritas (Caçapava do Sul), e região campestre de Dom Pedrito. Essa expedição teve enfoque na flora ameaçada de extinção daquela região do Pampa.

Os resultados das expedições ajudaram na definição da lista de espécies alvo beneficiadas pelo PAT Bagé e ajudarão para a definição das ações prioritárias.

O PAT Bagé deverá ter sua elaboração concluída até julho de 2020, quanto iniciará a implementação das ações de conservação previstas, com duração de cinco anos do primeiro ciclo do plano.

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