Espécies nativas do Rio de Janeiro contam com Plano de Ação Nacional

Publicado em 31 de outubro de 2020
Espécies nativas do Rio de Janeiro contam com Plano de Ação Nacional Créditos: Inara C. S. Batista. Inflorescência (conjunto de flores) de Chionanthus fluminensis (CR Lacuna) – Espécie encontrada no Parque Estadual da Serra da Tiririca

Ações de implementação beneficiam ao redor de 500 espécies de flora

Por Mariana Gutiérrez do WWF-Brasil

O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Endêmica Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro (PAN da Flora Endêmica do RJ) iniciou, em junho deste ano, a implementação das ações que ajudarão a conservar espécies endêmicas do Estado de Rio de Janeiro, sob a coordenação da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS/RJ) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ).

O Plano é composto por 16 ações transversais distribuídas em quatro metas temáticas e 30 ações direcionadas para nove Regiões Hidrográficas como a Baía da Ilha Grande (RH-1) que abriga 44 espécies endêmicas ameaçadas de extinção.

O Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção apoia parte da implementação do PAN da Flora Endêmica do Rio de Janeiro, desde o início de junho, contratou-se uma consultoria para realizar o planejamento de atividades, perante o cenário de pandemia. Desta forma respeitando todas as recomendações sanitárias foi decidido implantar a Meta 3 – Desenvolver pesquisa sobre as espécies endêmicas ameaçadas de extinção e sobre os impactos dos vetores de pressão que incidem nas populações dessas espécies e a Meta 4 – Realizar ações diretas ou indiretas para o manejo de populações de espécies ameaçadas de extinção endêmicas do estado do Rio de Janeiro e seus hábitats.  

Inara Carolina da Silva Batista, consultora coordenadora do PAN da Flora Endêmica do Estado do Rio de Janeiro pela SEAS no âmbito do Projeto Pró-Espécies explica sobre as ações:

“Nós estamos desenvolvendo pesquisas sobre as espécies endêmicas ameaçadas de extinção e realizando ações diretas e indiretas para o manejo dessas espécies (Componente 1 do Pró-espécies). Bem como, ações de manejo de Espécies Exótica Invasoras nas Unidades de Conservação beneficiadas para este primeiro ciclo e outras ações relacionadas (Componente 3 do Pró-espécies). ”

Durante o mês de outubro a SEAS com apoio do WWF-Brasil, agência executora do Projeto Pró-Espécies, iniciou com sucesso suas atividades de campo para a marcação de matrizes e coletas de sementes para PAN da Flora Endêmica do estado do Rio de Janeiro e neste período foram visitados, o Parque Estadual (PE) da Chacrinha, PE do Grajaú e PE da Serra da Tiririca que estão localizados no território Rio de Janeiro.

Na expedição de campo a equipe conseguiu encontrar cinco espécies endêmicas ameaçadas de extinção dentre as aproximadamente 500 espécies beneficiadas pelo PAN da Flora Endêmica do Rio de Janeiro. A espécie Chionanthus fluminensis (Oleaceae) que está Criticamente em Perigo (CR) e não se encontra em Unidade de Conservação foi uma grande descoberta. As outras espécies têm a categoria de ameaça Em Perigo (EN), Alcantarea glaziouana (Bromeliaceae), Mandevilla crassinoda (Apocynaceae), Rhipsalis mesembryanthemoides (Cactaceae) e Vriesea botafogensis (Bromeliaceae), a categoria é de acordo com a avaliação realizadas pelo CNCFlora/JBRJ.

Estas espécies podem ser difíceis de serem encontradas na natureza. É importante ressaltar que alguns indivíduos das espécies Chionanthus fluminensis e Alcantarea glaziouana já foram marcados para serem plantas matrizes para coleta de sementes e acompanhamento fenológico. As sementes de Chionanthus fluminensis foram coletadas e enviadas para o Horto do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) em Guaratiba para que sejam iniciados os estudos para a produção de mudas. Ademais, um indivíduo de Mandevilla crassinoda já está sendo cultivado no referido Horto.

Durante as atividades de campo a equipe do projeto foi acompanhada pelos guardas e gestores dos Parques Estaduais o que facilitou consideravelmente o trabalho de campo. Aproveitando esta sinergia entre as equipes, foram apresentados os conceitos importantes e técnicas que serão utilizadas para a identificação das plantas alvos, coleta de material botânico e marcação de matrizes para as equipes dos parques durante a expedição.

Ao longo da saída de campo, a equipe da SEAS realizou filmagens que serão utilizadas no curso remoto de capacitação sobre o tema que está sendo construído em parceira com INEA/Universidade do Ambiente.

Para o mês de novembro estão agendadas as visitas para o Parque Estadual da Costa do Sol e Parque Estadual do Desengano pertencentes aos territórios do Rio de Janeiro e Vale do Paraíba, respectivamente.

Em colaboração técnica com Inara Carolina da Silva Batista (coordenadora do PAN da Flora Endêmica do Rio de Janeiro do SEAS e consultora do WWF-Brasil)

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