Por Mariana Gutiérrez de Menezes
O território Cerrado Tocantins iniciou seus preparativos para a elaboração do Plano de Ação Territorial (PAT) para a conservação de flora e fauna criticamente ameaçada de extinção. A Oficina Preparatória foi organizada pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), parceiro do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção.
Nos dias 13 e 14 de novembro participaram pesquisadores do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ), da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado de Tocantins (Ruraltins), e representante do WWF-Brasil na Oficina Preparatória do território Cerrado Tocantins.
Thiago Portelinha, professor de Engenharia Ambiental da UFT indicou a importância do evento. “A oficina preparatória do PAT foi uma ação essencial para conhecer o panorama e a necessidade de ações de conservação para o nosso estado. O PAT é para conservação de espécies ameaçadas, assim como os seus ambientes associados. A expectativa é que as ações e planos propostos contribuam para a permanência das espécies.”
“A Oficina Preparatória foi importante, sobretudo, para a definição das espécies da flora criticamente em perigo de extinção que estão fora da abrangência de Unidades de Conservação e de Planos de Ação, saímos dela com a demanda de uma expedição de campo para verificar os registros de ocorrência e tentar encontrar novas espécies”, informou Fernanda Saleme, pesquisadora do CNCFlora/JBRJ.
Durante o evento foi delimitada a abrangência geográfica do PAT e definidas as espécies alvo criticamente ameaçadas, como Baryancistrus longipinnis, um peixe cascudo endêmico do alto Rio Tocantins que de acordo com o Livro Vermelho de Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio, 2018) ocorre em ambientes de pedrais e corredeiras. Também foi discutido o cronograma e organização das próximas etapas do PAT Cerrado Tocantins, dentre elas a Expedição de Campo para avaliação da ocorrência das espécies ameaçadas e seus principais vetores de ameaça, que acontecerá em janeiro e a Oficina de Elaboração, prevista para fevereiro.
Entre outras espécies estão: Bachia psamófila (réptil), Baryancistrus niveatus (peixe), Scolopendropsis duplicata (invertebrado), Paratrygon aiereba (peixe), espécies de fauna e as espécies de flora Angelonia alternifolia e Diplusodon gracilis Koehne.
“Este foi mais um importante passo na construção do Plano de Ação para o território Cerrado Tocantins O Sumário Executivo do Plano de Ação do Território deve ser publicado até o mês de Setembro de 2020,” destacou o doutor em Limnologia e biólogo Oscar Junior, um dos representantes do Naturatins na Oficina Preparatória e membro do Comitê Executivo do Projeto.
O PAT Cerrado Tocantins está sob coordenação do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) por meio da Gerência de Pesquisa e Informações da Biodiversidade, representados por Oscar Vitorino Junior e Grasiela Pacheco, no escopo do Projeto GEF Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas.
O Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção busca adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de no mínimo 290 espécies Criticamente em Perigo (CR) como invertebrados, peixes continentais, mamíferos, flora, entre outros. A expectativa é que com a elaboração dos PATs as ações sejam capazes de beneficiar direta ou indiretamente até 2.755 espécies criticamente em perigo de extinção.