Ações desenvolvidas pelo projeto foram apresentadas no Espaço Brasil
Os resultados do Pró-Espécies: Todos contra a extinção foram destaque na Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 16), na Colômbia, nesta quarta-feira (30). A apresentação foi realizada no Espaço Brasil, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e demonstrou iniciativas e progressos do país na conservação da biodiversidade, além de ter ressaltado o impacto positivo das ações desenvolvidas pelo projeto que criou mecanismos para a redução de ameaças a pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR), das quais 193 não contavam com nenhum instrumento de conservação.
O Programa Pró-Espécies foi instituído em 2014 e é uma resposta direta ao crescente número de espécies ameaçadas e à necessidade de fortalecer a rede de apoio e de trabalho em prol da preservação e o Projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – Pró-Espécies: Todos contra a extinção foi criado para a implementação do programa em 2018. Para unir os esforços e maximizar resultados, as atividades se desenvolvem em 12 estados (MA, BA, PA, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES), em 62 milhões de hectares e o investimentos chega a R$ 62,5 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Para Rita Mesquita, Secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, o sucesso do programa se deve ao engajamento dos estados e municípios e à capacidade de adaptar suas estratégias às necessidades locais e aos desafios emergentes. “As espécies ameaçadas não podem se tornar história. Nossa responsabilidade, como país e sociedade, é assegurar que todas tenham seu espaço preservado. E existem outras espécies esperando para serem preservadas. Esse movimento é mais do que necessário para assegurar a presença de todos nessa grande ‘arca de noé’ chamada Brasil”.
Rita Mesquita, Secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA e Rosa Maria Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio. Crédito: Joao Rafael Oliveira / MMA
Em séis anos de execução, 10 Planos de Ação Nacionais para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção foram elaborados e implementados ou contaram com apoio do projeto para serem concluídos. Outros 11 Planos de Ação Territoriais foram criados, 225 expedições de campo realizadas e pelo menos 10 novas espécies foram descritas ou redescobertas. Para Rosa Maria Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio (Fundo Brasileiro para Biodiversidade), que é a agência implementadora do Pró-Espécies, os resultados apresentados demonstram a importância da iniciativa. “O projeto tem total aderência com o Funbio, está profundamente alinhado à nossa missão e entregou resultados estruturantes e estratégicos para a biodiversidade brasileira. O Pró-Espécies superou as metas previstas”, reforçou.
O diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, apresentou os principais números e ações do Pró-Espécies, como a avaliação do estado de conservação de 19.264 espécies da fauna e da flora brasileiras, o lançamento do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade – Salve -, do Conserva Flora, que traz informações de mais de 40 mil espécies, sendo 7.500 já com status avaliados, as atividades de combate aos crimes ambientais e a criação de protocolos para espécies exóticas invasoras.
Bráulio Dias, Diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do MMA. Crédito: Joao Rafael Oliveira / MMA
Para ele, o Pró-Espécies é exemplo de uma implementação colaborativa, que reúne parcerias globais e locais para assegurar a proteção das espécies. “A perda de biodiversidade é um processo silencioso, e evitar extinções representa um dos maiores desafios globais. Com as mudanças climáticas, o risco de extinção cresce, e o Brasil, enquanto campeão mundial em biodiversidade, também ocupa um lugar de destaque no número de espécies ameaçadas. Precisamos de esforços conjuntos e permanentes para reverter esse quadro”, completou.
Em sua execução, o projeto – que é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), coordenado pelo MMA e tem o WWF-Brasil como agência executora-, enfrentou desafios como a pandemia e três mudanças de governo, mas os resultados reforçam seu compromisso de longo prazo.
Parcerias
Representantes dos estados também apresentaram resultados. Lais de Morais Rêgo Silva, coordenadora do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte), destacou as ações para a preservação do mutum-pinima (Crax fasciolata pinima) a ave mais ameaçada de extinção do mundo.
Luisa Xavier Lokshin, da equipe de coordenação do PAT Campanha Sul Serra do Sudeste e do PAT Planalto Sul, reforçou a importância do projeto no fortalecimento das políticas públicas sobre sociobiodiversidade. Já Sara Alves, coordenadora do PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia, trouxe como um dos principais resultados as ações de educação ambiental, de inclusão social e gênero desenvolvidas no território.
Franciele Parreira Peixoto, do PAT Veredas Goyas-Geraes, falou sobre as expedições de campo e os resultados surpreendentes, apesar do avanço do agronegócio no Cerrado, e Marília Marini, coordenadora de Estratégia para Conservação do ICMBio, apresentou as atividades dos Planos de Ação Nacionais para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção desenvolvidas no ambito do Pró-Espécies e como a junção da metodologia do ICMBio e JBRJ resultou na inovação para a criação dos Planos de Ação Territoriais que abrangem fauna e flora nos territórios e a capacitação dos estados envolvidos no Pró-Espécies.