Os Planos de Ação Nacional (PANs) são instrumentos de gestão pública que definem ações prioritárias para reduzir, mitigar ou eliminar ameaças que colocam em risco espécies ameaçadas de extinção. Estruturados a partir de metodologias participativas e estratégicas, esses Planos são construídos de forma colaborativa, envolvendo especialistas, gestores públicos, comunidades locais, organizações da sociedade civil e representantes do setor produtivo.
No caso do PAT Meio Norte, que abrange a região da Bacia do Alto Tocantins, a adoção de uma abordagem territorial permite a integração entre informações ecológicas e sociais, resultando em ações de conservação mais eficazes, ajustadas à realidade local e com envolvimento direto das comunidades.
A Bacia do Alto Tocantins é uma região de elevada biodiversidade, mas também marcada por intensas pressões antrópicas. Nesse contexto, o Plano permite otimizar recursos, articular saberes científicos e tradicionais, e implementar estratégias de conservação mais direcionadas e efetivas.
As espécies nativas da flora brasileira desempenham um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas: contribuem para a regulação do clima, a purificação da água e do ar, e são fontes de alimentos, medicamentos e outros recursos essenciais à vida. No entanto, muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção, pressionadas pela degradação de habitats, exploração excessiva, introdução de espécies invasoras e os efeitos das mudanças climáticas. A perda dessa flora afeta não apenas o meio ambiente, mas também a subsistência e o bem-estar das populações que dela dependem.
Diante desse cenário, o PAT Meio Norte se apresenta como uma ferramenta estratégica de conservação, desenvolvida sob a coordenação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) — instituição responsável pelos PANs da flora no Brasil. O Plano segue metodologias internacionalmente reconhecidas e adaptadas ao contexto brasileiro, com foco na reversão de pressões sobre espécies ameaçadas, incluindo aquelas ainda pouco estudadas ou sem ações de proteção estabelecidas. Além disso, o PAT Meio Norte está alinhado aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Agenda 2030 da ONU, contribuindo diretamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).