Mata Atlântica recebe plano de ação territorial para flora e fauna ameaçadas em SC e RS

Publicado em 30 de junho de 2021
Mata Atlântica recebe plano de ação territorial para flora e fauna ameaçadas em SC e RS Créditos: João Renato Stehmann

Ações de conservação beneficiam 22 espécies ameaçadas do Território Planalto Sul

Por Mariana Gutiérrez

Hoje (30), Santa Catarina e Rio Grande do Sul publicam o Sumário Executivo do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Planalto Sul (PAT Planalto Sul). Esta publicação é uma elaboração conjunta pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA-RS) e pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), no âmbito do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção.

O Plano tem como objetivo conservar a biodiversidade do Território Planalto Sul considerando aspectos biológicos, sociais, culturais e econômicos, com ênfase nas espécies Criticamente em Perigo (CR) de extinção.

Luthiana Carbonell, bióloga do IMA-SC e coordenadora do PAT Planalto Sul aponta que “o PAT é uma estratégia participativa que busca aliar a conservação de espécies ameaçadas ao desenvolvimento e potencialização de atividades econômicas sustentáveis no Território”.

O enfoque territorial do Plano possibilita implementar ações de conservação para a fauna e flora, assim como promover a mobilização de instituições e otimização de recursos. A região é formada por terras altas e montanhosas, em 43 municípios, localizada no nordeste do Rio Grande do Sul e no sudeste de Santa Catarina. Entre os ambientes que compõem o território estão: os campos naturais; florestas de araucária; floresta ombrófila densa; floresta estacional; banhados e turfeiras; cânions e paredões rochosos e rios e riachos.

Serão beneficiadas 22 espécies-alvo que constam nas Listas Oficiais de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção em nível estadual e federal. Conheça algumas delas:

Caraguatá (Eryngium folcifolium) é uma erva com até 40 cm de altura, ela floresce e frutifica na época do verão e ocorre em campos de altitude.

Petúnia (Petunia saxicola) é uma erva que floresce na primavera e ocorre em partes úmidas de afloramento rochosos.

Tuna (Parodia rechensis) é um cacto suculento que habita campos rochosos e possui flores amarelas.

Cambeva (Cambeva tropeiro) é um peixe de 9 cm com coloração amarela e manchas escuras, ele habita nas cabeceiras de rios e se alimenta de larvas de invertebrados.

Murucututu (Pulsatrix perspicillata pulsatrix) é uma coruja de grande porte que chega aproximadamente a 50 cm de altura, possui hábitos noturnos e uma alimentação muito diversificada, desde invertebrados a vertebrados terrestres. Acesse o anexo para conhecer todas as espécies.

As ações de implementação do PAT Planalto Sul procuram promover – em cinco anos – a proteção e recuperação das espécies, mitigar riscos das espécies exóticas invasoras, reduzir a conversão de áreas nativas e suas alterações física e biológicas, ampliar e difundir conhecimento sobre as espécies e fortalecer as cadeias produtivas sustentáveis.

 No ano de 2019 e 2020 foram publicadas as Portaria n° 260/2019 do IMA-SC e a Portaria n° 114/2020 da SEMA-RS que descrevem a parceria conjunta entre os dois estados e divulgam os articuladores que representam o Grupo de Assessoramento Técnico, formado por diversas instituições e órgãos ambientais.

Leonardo Urruth, analista ambiental da SEMA-RS e coordenador executivo do PAT Planalto Sul destaca “a participação e envolvimento de todas as instituições parceiras e do GAT é essencial para que as ações aconteçam e o PAT cumpra seus objetivos, é um acordo coletivo para a conservação das espécies e desenvolvimento regional”.

Para colaborar com as ações de implementação do PAT Planalto Sul, acesse aqui:

Sobre o Projeto Pró-Espécies

O Projeto Pró-Espécies é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora. O objetivo é alavancar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e que não contam com nenhum instrumento de conservação.

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