O projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção debateu na segunda-feira (25/3) a metodologia para a elaboração do Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção, trazendo o enfoque territorial e integrando ações para flora e fauna.
Originalmente, os PANs eram elaborados separadamente para a fauna e para a flora. Esta nova abordagem, territorial, prevê a elaboração de PANs conjuntos, onde espécies dos dois grupos que ocorrem em um determinado território serão contempladas no mesmo plano de ação.
A metodologia foi validada por representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e WWF-Brasil.
Em novembro de 2018, foi realizada uma reunião de alinhamento entre representantes dessas instituições e elaborada uma primeira proposta de metodologia. Adicionalmente, a Oficina Preparatória do PAN Planalto Sul, que aconteceu no mês passado, trouxe alguns aprendizados e reflexões para amadurecimento da metodologia.
”Nesse momento em que começam a ser elaborados os Planos de Ação para os Territórios prioritários do Pró-Espécies, é fundamental contar com a parceria do ICMBio e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que já possuem larga experiência na elaboração e implementação de Planos de Ação, para aproveitarmos o melhor de cada metodologia e desenhar conjuntamente essa nova abordagem territorial”, apontou Marília Marini, Coordenadora Geral de Conservação de Espécies do MMA.
Além disso, foi iniciada a organização dos cursos de capacitação para os estados atuarem na elaboração, implementação e monitoria dos PANs territoriais. O resultado da oficina foi um detalhamento da metodologia que será aplicada nos PANs territoriais apoiados pelo Projeto, além do planejamento e cronograma dos cursos de capacitação para os estados.
Planos de ação para conservação da natureza
A perda da natureza está cada vez mais visível para todos nós. Existem diversas formas para reverter o impacto negativo das principais causas da redução da flora e fauna brasileira.
A criação de PANs Territoriais para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção ajuda a estabelecer ações a médio e curto prazo. No cenário atual, o trabalho conjunto com estados, ONGs e governo federal é fundamental para a realização destas ações.
O resultado da implementação de PANs territoriais possibilita iniciativas nacionais, atualização de regulamentações em estados e governo federal, sensibilização e educação ambiental para a sociedade.
Espécies Ameaçadas e Meta 12 de Aichi
De acordo com a Meta 12 de Aichi da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), o tratado da Organização das Nações Unidas mais relevante para o tema biodiversidade, até 2020 a extinção das espécies ameaçadas conhecidas terá sido evitada e sua situação de conservação, em especial daquelas sofrendo um maior declínio, terá sido melhorada e mantida.
As espécies brasileiras mais críticas são aquelas que se encontram em uma das categorias de ameaça de extinção: Extinta na Natureza (EW), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).
O Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção busca adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de, no mínimo, 290 espécies Criticamente em Perigo (CR) como invertebrados (Joiceya praeclarus), peixes continentais (Isbrueckerichthys saxicola), mamíferos (Juscelinomys candango), flora (Aechmea winkleri), entre outros. A expectativa é que com esses PANs territoriais as ações sejam capazes de beneficiar direta ou indiretamente até 2.755 espécies.