Por Edwaldo Cabidelli – Ascom/Sisema
O Plano de Ação Territorial (PAT) Espinhaço Mineiro concluiu, em julho, a primeira metade do ciclo de metas previsto para o projeto, com 62% das ações em andamento. O número supera em 12% a projeção inicial prevista, em 2021, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) para conclusão das metas propostas. Com prazo de execução de cinco anos, o PAT integra um plano nacional para conservação de espécies ameaçadas de extinção, seguindo metas internacionais de biodiversidade, e conta a com coordenação do IEF em Minas.
Entre as 45 ações propostas no escopo inicial de metas do PAT, 28 estão com o andamento dentro do previsto, 11 delas apresentaram problemas de execução, sendo necessária reavaliação, e seis ainda terão as atividades iniciadas. Os dados foram apresentados oficialmente pelo IEF durante seminário realizado em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, entre 3 e 7 de julho.
O evento reuniu membros do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) coordenado pelo IEF, especialistas, representantes da comunidade local e convidados para debater o desenvolvimento das ações pactuadas e a conservação da sociobiodiversidade na região. A iniciativa teve como objetivo validar as ações promovidas durante a primeira metade do ciclo de atividades do plano, executadas ao longo dos últimos 30 meses
“Essa análise minuciosa dos indicadores e das ações permite um melhor direcionamento das atividades, visando alcançar o objetivo geral do PAT que é a conservação da sociobiodiversidade do Espinhaço Mineiro”, avalia o gerente de Recuperação Ambiental e Planejamento da Conservação de Ecossistemas do IEF, Thiago Gelape.
Durante o evento, foram ainda pactuadas sete novas ações para execução ao longo da segunda metade do ciclo de atividades do projeto, com conclusão prevista para 2025. “As novas ações incluídas são desdobramentos de atividades e metas que se encontram já em um nível de execução considerado avançado. Grande parte delas foi incluída no objetivo 4 do plano, fomento às políticas públicas. Trata-se, portanto, de uma ampliação do PAT”, explica a coordenadora regional do PAT em Minas Gerais, Gabriela Brito.
Entre as novas ações incluídas, a coordenadora destaca a ampliação da meta inicial de capacitação dos municípios para a o desenvolvimento de Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica. “Concluímos as capacitações e agora incluímos a meta de auxiliar os municípios na elaboração prática desses planos”, conta a coordenadora.
O PAT Espinhaço Mineiro apresenta quatro grandes grupos de objetivos em execução: geração e difusão de conhecimento; comunicação e capacitação; medidas de conservação e manejo; e fomento a políticas públicas. Todos os objetivos são avaliados periodicamente por meio de indicadores previamente estabelecidos dentro da matriz de planejamento do projeto.
Seminário Regional
O município de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, sediou em 6/7, o Seminário Regional para apresentação do PAT Espinhaço Mineiro. O evento reuniu atores locais de diversos setores, além de especialistas e palestrantes renomados para discussão conjunta das ações e propostas do plano na região.
Entre os palestrantes, participaram a analista ambiental do IEF e coordenadora do PAT, Gabriela Brito, a coordenadora geral do projeto Pró-Espécies e integrando da WWF-Brasil, Gabriela Moreira e a supervisora da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBIO) Alto Jequitinhonha, Eliana Machado.
O evento contou também com a participação de especialistas, entre eles, o Prof. Carlos Victor Mendonça Filho, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); o turismólogo Luciano Amado dos Santos Jr, do Instituto August Saint Hilarie; a bióloga Maria Guadalupe Carvalho Fernandes, da Fundação de Parques e Zoobotânica; o presidente do Instituto Biotrópicos, Alexsander Azevedo; o biólogo Renato Ramos da Silva, da Universidade de São Paulo (USP), e Suelma Ribeiro, do Instituto Chico Mendes de Biodieversidade (ICMBio).
PAT Espinhaço Mineiro
O PAT Espinhaço Mineiro é um Plano de Ação Territorial para a conservação das espécies ameaçadas de extinção dentro da porção mineira da Serra do Espinhaço, cadeia montanhosa localizada nos estados de Minas Gerais e Bahia, que se estende por cerca de 1.200 Km, desde a região central de Minas até o norte da Bahia. A área é reconhecida como Reserva da Biosfera pela Unesco.
Desenvolvido como uma estratégia integrada para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais dessa importante região, o PAT Espinhaço Mineiro busca conciliar a proteção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos com o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. A área de atuação do plano abrange um perímetro de 105.251 km², perpassando os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.