A coleta de sementes das espécies nativas será utilizada como matrizes para produção de mudas
Por Inara Carolina da Silva Batista, consultora do WWF-Brasil e da SEAS/RJ e Mariana Gutiérrez do WWF-Brasil
O Plano de Ação Nacional para Conservação da Flora Endêmica Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro (PAN Flora Endêmica do Rio de Janeiro) realizou várias expedições de campo para coleta de sementes e produção de mudas de espécies nativas no mês de novembro. Esta atividade foi coordenada pelas equipes da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS-RJ) e das consultoras do WWF-Brasil e foram seguidos todos os protocolos de segurança.
Entre os locais visitados estão o Parque Estadual Costa do Sol (PECS), a Área de Proteção Ambiental da Massambaba (APA Massambaba), a Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (REEJ), Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) e áreas urbanas do município do Rio de Janeiro, fora de Unidades de Conservação (UCs). Todos eles pertencem ao Território Rio de Janeiro que estão no escopo do PAN Flora Endêmica do Rio de Janeiro), no âmbito do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção.
Os servidores das UCs que acompanharam as equipes da SEAS e do WWF-Brasil foram capacitados sobre as técnicas de marcação de matrizes e coleta de sementes das espécies endêmicas ameaçadas de extinção.
Ao longo da expedição foram encontradas e coletadas as espécies: Erythroxylum ovalifolium (Erytroxylaceae), de categoria Vulnerável (VU), Neoregelia eltoniana (Bromeliacae), Em Perigo (EN), Pilosocereus ulei (Cactaceae), Criticamente em Perigo (CR), Rhipsalis pentaptera (Cactaceae), Criticamente em Perigo (CR) e Terminalia acuminata (Combretaceae), Em Perigo (EN). Outras amostras de plantas que foram também coletadas no PECS, APA Massambaba e PESET estão sendo analisadas por especialistas, pois pode haver evidências de mais espécies endêmicas ameaçadas de extinção no estado do Rio de Janeiro.
Algumas mudas de Pilosocereus ulei, Neoregelia eltoniana e Rhipsalis pentaptera são cultivadas no Horto Florestal do Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ), em Guaratiba, RJ. Essas espécies endêmicas ameaçadas poderão ser utilizadas como matrizes para produção de mudas.
Na expedição de campo no Parque Estadual da Serra da Tiririca os especialistas marcaram um indivíduo da espécie Terminalia acuminata (arbórea) e algumas das suas sementes foram coletadas para observação. Além disso, as sementes foram encaminhadas para o Horto Florestal do INEA-RJ e a maior parte das sementes foram germinadas em bandejas com substrato e uma outra parte foi armazenada à uma temperatura controlada para que em seguida sejam encaminhadas para o Banco Estadual de Sementes Florestais (BESEF) do INEA.
Próximos passos
No mês de dezembro as equipes estarão dedicadas a preparação do Manual Técnico e do Guia de Orientações para o curso remoto de Marcação de Matrizes e Coleta de Sementes das Espécies Endêmicas Ameaçadas de Extinção do estado do Rio de Janeiro, que será ministrado para os servidores da SEAS e do INEA.