O Brasil é reconhecido pela sua rica biodiversidade, o que potencializa a responsabilidade e o compromisso com a proteção de espécies e ecossistemas. No entanto, de acordo com a Lista Vermelha Nacional, o país já tem 1.173 espécies da fauna ameaçadas de extinção. Compreender o estado de conservação de cada espécie é fundamental para sua preservação.
O Mapa de Sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero traz os locais prioritários para conservação de espécies ameaçadas no Brasil, e foi apresentado ontem (25) na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB/COP 14).
A avaliação de 725 espécies de vertebrados e invertebrados com a classificação Em Perigo (EN) e Criticamente em Perigo (CR), segundo a Lista Vermelha Oficial de Fauna Brasileira, identificou 146 sítios prioritários para a conservação de espécies ameaçadas.
Dos sítios localizados no Mapa de Sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero, 25 se encontram em territórios de abrangência do Projeto Pró-Espécies, que prevê a elaboração de Planos de Ação Nacional (PANs). O mapa também apresenta uma listagem de espécies Criticamente em Perigo (CR) por grupo taxonômico, seu respectivo status de conservação e localização, como por exemplo, o peixe piatã (Hasemania piatan), a Cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena arda), o Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), o Mico-leão-da-cara-preta (Leontophitecus caissara) e o Mutum-do-Sudeste (Crax blumenbachii), entre outras.
O Mapa de Sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero é resultado de uma avaliação realizada pela Fundação Biodiversitas em parceria com a Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas – Pró-Espécies, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as organizações Birdlife International e American Bird Conservancy no âmbito do projeto GEF – Aliança para Extinção Zero (Alliance for Zero Extinction (AZE): Conserving Earth’s Most Irreplaceable Sites for Endangered Biodiversity).
A avaliação das espécies e áreas prioritárias é importante para planejar estratégias de conservação e alocação de recursos de investimento, assim como para definir diretrizes e criar políticas públicas para o combate à extinção de espécies no Brasil.
Crise Global
O planeta enfrenta uma crise global de extinção de espécies, cuja causa está fortemente ligada à supressão de vegetação natural, à superexploração dos recursos naturais e às mudanças climáticas, com até 200 espécies sendo perdidas por dia.
Existem diversos fatores para que uma espécie seja considerada criticamente ameaçada de extinção, entre eles estão a perda de habitat, redução de população e a ausência de um plano de conservação, por exemplo. O atual cenário de mudanças climáticas é outro agravante pois acelera o processo de extinção.
No Brasil, o projeto Pró-Espécies tem como objetivo adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies integrando união, estados e municípios na implementação de políticas públicas em pelo menos 12 áreas-chave de 13 estados (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES), que totalizam 9 milhões de hectares.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e órgãos estaduais de Meio Ambiente dos estados supracitados são parceiros do projeto.
Sobre a Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE)
A Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE) foi criada em 2006 e tem como objetivo a proteção dos últimos refúgios para espécies ameaçadas de extinção. A Aliança é inspirada na iniciativa global Alliance for Zero Extinction (AZE). A Portaria MMA nº 287, de 12 de julho de 2018, reconhece os Sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero, que também são reconhecidos pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
Sobre o Projeto Pró-Espécies
A Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies – Todos contra a extinção) é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), instituida pela Portaria do MMA n°43, de 31 de janeiro de 2014, financiada pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund). É coordenada pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies (DESP/MMA), e implementada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) sendo o WWF-Brasil a agência executora dos recursos.