INEMA da Bahia lança guia de espécies invasoras

Publicado em 9 de abril de 2025
INEMA da Bahia lança guia de espécies invasoras

Mais um PAT ganha importante ferramenta para detecção precoce destas espécies

Espécies exóticas invasoras são responsáveis por sérios impactos à biodiversidade e à economia. Elas competem diretamente com espécies nativas por recursos como espaço e alimentação, transmitem doenças aos animais nativos e domésticos, e afetam ecossistemas de diversas maneiras. Além disso, essas espécies podem prejudicar a agricultura, destruir nascentes, provocar erosão e até caçar ou ferir animais locais.

Com o objetivo de enfrentar esses desafios, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) lançaram o guia “Espécies Exóticas Invasoras e Invasões Biológicas”. O material foi criado para fornecer às prefeituras baianas orientações sobre a prevenção e o controle dessas espécies, ajudando a minimizar os impactos ambientais e econômicos causados por elas em todos os 417 municípios do estado. 

Desenvolvido pelo Instituto Hórus, o guia abrange aspectos essenciais para a gestão de espécies invasoras, como o diagnóstico precoce, mapeamento das áreas afetadas e estratégias de manejo. “Esses organismos chegam à Bahia de diversas formas e ocupam espaços de espécies nativas nos nossos biomas, como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e ecossistemas costeiros”, explicou Sara Alves, coordenadora do PAT Chapada Diamantina, Serra da Jiboia. 

A coordenadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller, ressaltou que o tema ainda é desconhecido por muitos, e que o objetivo do guia é suprir essa lacuna. “Nosso objetivo é fornecer aos municípios uma referência técnica para ações de proteção, detecção precoce e controle imediato, além de auxiliar na elaboração de programas de manejo de espécies invasoras para planos de manejo de unidades de conservação”, afirmou Silvia.

A presença de espécies exóticas invasoras pode gerar prejuízos econômicos consideráveis, principalmente em setores como a pesca, a pecuária e a agricultura. Um exemplo claro disso é a atividade pesqueira, que é gravemente afetada quando essas espécies colonizam recifes de coral. A competição por espaço reduz o estoque pesqueiro, prejudicando as comunidades que dependem dessa atividade para subsistência.

Além disso, o turismo também sofre as consequências da invasão dessas espécies. A degradação ambiental causada por organismos invasores impacta diretamente o potencial turístico de regiões como o litoral baiano, o maior do Brasil, com ecossistemas costeiros e marinhos que necessitam de proteção rigorosa.

O guia orienta de maneira didática o conceito de detecção precoce e resposta rápida, o que é fundamental nesse processo, principalmente para os municípios pequenos que não costumam ter equipes estruturadas e grande para o trabalho de campo.  Com o guia, assim que uma espécie invasora é identificada, as autoridades locais podem tomar providências imediatas para o controle. O guia fornece informações sobre como os gestores podem se comunicar com as bases de dados existentes, onde há informações detalhadas para o cadastro de novas espécies e orientações sobre as melhores metodologias de controle.

O controle dessas espécies exige o envolvimento de pesquisadores e profissionais especializados, que podem fornecer apoio técnico para garantir que as intervenções sejam adequadas a cada caso específico.

O lançamento do guia é um passo importante na luta contra as espécies exóticas invasoras, e as ações descritas nele são essenciais para proteger os ecossistemas baianos e garantir a sustentabilidade ambiental e econômica do estado. O trabalho coordenado entre as autoridades e os municípios será crucial para minimizar os danos e preservar a rica biodiversidade da Bahia para as futuras gerações.

Acesse o guia: http://www.inema.ba.gov.br/wp-content/files/GUIA.pdf

Pin It on Pinterest