O PAT Planalto Sul está elaborando um Programa de Prevenção, Detecção Precoce e Resposta Rápida com foco no Território, em consonância com o componente 3 do Projeto Pró-Espécies, que tem o objetivo de criar um sistema de alerta e detecção precoce de espécies exóticas invasoras para prevenir e controlar novas invasões biológicas no Brasil. O plano será lançado no primeiro semestre de 2025.
O objetivo do Programa é o estabelecimento de um sistema de alerta apto a detectar a ocorrência de espécies invasoras em áreas prioritárias no Território do PAT, especialmente nos locais de ocorrência das espécies ameaçadas de extinção. A partir da identificação da espécie invasora, é gerada uma cadeia de ações que culminam na erradicação da espécie para evitar que ela se estabeleça no Território e ofereça impactos não só ambientais, mas também econômicos e sociais. Por isso, uma rede de colaboradores tem sido construída com pessoas e instituições dos dois estados que compõem o PAT, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A elaboração do Programa se dá através da consultoria técnica especializada do Instituto Hórus, coordenado pela experiente Dra. Silvia Ziller. O processo de elaboração do programa contou, entre outras etapas, com um curso de capacitação oferecido a representantes de diversos órgãos dos dois estados como Ministérios Públicos, Polícias Militares, IBAMA, ICMBio, Ministério da Agricultura, Comitê de Bacias do Rio Canoas e afluentes, entre outros. Também foi realizado o treinamento prático que veio a complementar a etapa teórica do curso, proporcionando aos participantes a vivência sobre a aplicação do protocolo de detecção precoce e execução de um plano de resposta rápida a partir de uma situação real de inıício de invasão por espécie de Salis x rubens no Parque Nacional de São Joaquim.
As espécies exóticas invasoras são introduzidas de forma natural, acidental ou intencional em um meio que não é o seu e afetam a segurança alimentar, o controle de doenças e a economia. De acordo com o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), essas espécies são a segunda causa de perda da biodiversidade no mundo e causam prejuízos de mais de um trilhão de dólares ao ano em todo o mundo. A abordagem de detecção precoce e resposta rápida tende a ser a abordagem mais eficaz e barata no enfrentamento das espécies exóticas invasoras, por isso essa deve ser a abordagem preferencial.
Segundo a coordenadora do PAT Planalto Sul, Luthiana Carbonell, o Programa de Detecção Precoce e Resposta Rápida do PAT Planalto Sul conta com o mapeamento das espécies exóticas invasoras no Território a fim de elencar áreas prioritárias para a aplicação de medidas preventivas, visando à proteção das espécies criticamente ameaçadas de extinção e na preservação de áreas de alta fragilidade ambiental.
A experiência de construção do Programa de Detecção Precoce e Resposta Rápida para o Território do PAT Planalto Sul foi apresentado também em um painel sobre Emergências em Biodiversidade na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade – COP 16 2024, realizada em Cali, na Colômbia pela Eng. Agrônoma do IMA Elaine Zuchiwschi, Coordenadora do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras de SC.